sábado, setembro 12, 2009

O Amor

Nesses últimos dias tenho pensado a respeito do amor. Não nesse amor piegas o qual se tornou banal em campanhas de arrecadação de dinheiro e alimento ou em músicas de sucesso. Não. Tenho pensado no amor que Deus nos falou e que Jesus, quando passou por aqui, nos mostrou como é. Quando pensamos nos dez mandamentos, vemos que o amor está no primeiro e no segundo lugar, se é que podemos ter uma hierarquia aqui. Que tipo de amor é esse? Não quero fazer um estudo teológico sobre o assunto. Nem quero dizer o que é e o que não é certo.

Acredito em Deus como um ser que se revela de maneira singular pra cada um de nós. E que deseja que seu amor genuíno se derrame através de nossas vidas. Como um líquido que transborda dum copo e alcança tudo o que ele pode, sem limites. O amor de Deus, esse que deveria estar nos nossos corações, não conhece raça, língua, tribo ou nação. E pra ser mais detalhista sendo também, paradoxalmente, mais simples até: o amor não enxerga roupas, palavras, gestos, fé. Não presta atenção na música ou ritmo que você prefere. Não se importa se você quer ouvir falar de religião ou não. O amor quer escutar mais do que falar. Quer calar mais do que gritar. Quer aprender mais do que ensinar. Permite que você se veja semelhante compartilhando o mesmo chão. O amor deixa que você seja mais amigo do outro do que soldado de Deus. Sendo as duas coisas ao mesmo tempo. Olha o paradoxo outra vez!
É difícil falar sobre o amor. É difícil senti-lo também. Ele se encontra no mais íntimo, no mais fundo. Posso ser um sino que toca a música dos anjos, mas falta algo no meu interior. E eu posso tentar escrever um texto sobre o amor, será só mais um dentre tantos sobre esse tema. O amor é atitude. E é mais uma atitude interior do que exterior. Posso doar tudo o que tenho aos pobres, Paulo me diz, mas se eu não tiver amor, esse sentimento que corrói pelo outro, que faz sofrer pelo outro, que me dá paciência pelo outro, que me dá fé pelo outro, que me dá alegria pelo outro, que me dá força pro outro, que me dá olhos pro outro, se eu não tiver esse amor, não faço nada. Desconfio até se, de fato, estou vivendo.
O amor é fazer o outro sentir que é percebido. Sentir que existe. Sentir que vive. Quando amamos de verdade, e não só de palavras, é como se soprássemos fôlego de vida nas narinas do nosso semelhante tal qual nosso Deus fez conosco. Fôlego de vida abundante, aquela que Jesus nos deu com sua morte na cruz. E se ganhamos algo com isso? Talvez alcancemos, ainda que em parte, a satisfação de sermos perfeitos como o nosso Pai. Que o amor de Deus nos inunde de tal maneira, transbordando e alcançando tudo, tudo mesmo, o que pode.

Por: Julia Ângela - Militante da ABU, colunista do site Point Maceió, estudante de Direito - CESMAC/AL e Letras - UFAL

http://www.pointmaceio.com.br/colunas/O_Amor.html

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